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terça-feira, 10 de janeiro de 2012

A Entrada Triunfal em Jerusalém


Um Sermão (Nº 0405)
Pregado na Manhã de Domingo, 18 de Agosto de 1861 pelo
Reverendo C. H. Spurgeon
No Metropolitan Tabernacle, Newington– Inglaterra

"Dizei à filha de Sião: Eis aí te vem o teu Rei, humilde, montado em um
jumento, num jumentinho, cria de animal de carga." — Mateus 21:5.
Nós lemos o capítulo do qual nosso texto é tomado; deixe-me agora
recontar o incidente para sua audiência. Havia uma expectativa na mente
popular do povo judeu, que o Messias estava para vir. Eles esperavam que
ele fosse um príncipe temporal, alguém que devia guerrear contra os
Romanos e restaurar aos Judeus sua nacionalidade perdida. Havia muitos
que, embora não cressem em Cristo com uma fé espiritual, esperavam
entretanto que talvez Ele pudesse ser para eles um grande libertador
temporal, e nós lemos que em uma ou duas ocasiões eles quiseram tomálo
para fazê-lo rei, mas ele ocultou-se. Havia um ansioso desejo que uma
pessoa ou outra deveria levantar o estandarte da rebelião e liderar o povo
contra seus opressores. Vendo os feitos poderosos de Cristo, o desejo é pai
do pensamento, e eles imaginaram que Ele podia, provavelmente,
restaurar a Israel o reino e torná-los livres. O Salvador à distância via que
estava adentrando a uma crise. Para ele, ela deveria ser morta por ter
desapontado a expectativa popular, ou deveria ceder aos desejos do povo, e
ser feito rei. Você sabe qual foi a escolha. Ele veio para salvar outros, e não
para fazer-se rei no sentido em que eles entendiam. O Senhor tinha
operado o mais notável milagre, ele tinha ressuscitado Lázaro da morte
após ele ter estado por quatro dias na sepultura. Este era um milagre tão
inesperado e tão espantoso, que tornou-se o assunto da cidade. Multidões
foram de Jerusalém a Betânia, eram somente duas milhas de distância,
para ver Lázaro. O milagre fora bem autenticado, havia uma multidão de
testemunhas, e foi em geral aceito como sendo uma das grandes
maravilhas do século, e eles inferiram disto que Cristo devia ser o Messias.

O povo determinou que agora eles deveriam fazê-lo rei, e que agora ele
deveria liderá-los contra as hostes de Roma. Ele, não pretendia tais coisas,
entretanto prevaleceu o entusiasmo deles pelo qual Ele pôde ter a
oportunidade de realizar o que tinha sido escrito pelos profetas. Você deve
imaginar que todos aqueles que espalharam os galhos no caminho e
clamaram "Hosana" desejavam Cristo como príncipe espiritual. Não, eles
pensavam ser ele um libertador temporal, e quando eles descobriram mais
tarde que estavam enganados odiaram-no na mesma proporção que o
tinham amado, e "Crucifica-o, crucifica-o" era um clamor tão alto e
veemente quanto "Hosana, bendito o que vem em nome do Senhor." Nosso
Salvador assim utilizou-se do equivocado entusiasmo deles para diversos
fins e propósitos. Era necessário que a profecia fosse cumprida - "Alegra-te
muito, ó filha de Sião; Exulta ó filha de Jerusalém: eis aí te vem o teu Rei,
justo e salvador, humilde, montado em jumento, num jumentinho, cria de
jumenta." Era necessário além disso, que ele reivindicasse publicamente
ser o Filho de Davi, e que reivindicasse ser o legítimo herdeiro do trono de
Davi, - isto ele fez nesta ocasião. Era necessário também, que ele deixasse
seus inimigos sem desculpas. A fim de que eles não dissessem: "Se tu és o
Messias, dize-nos claramente," ele disse-lhes claramente. Este adentrar
montado pelas ruas de Jerusalém era um manifesto e proclamação de
seus direitos reais tão claro quanto poderia ser emitido. Eu penso, além
disso, - e sobre isso eu construirei o discurso destas manhã, - Eu penso
que Cristo utilizou o fanatismo popular como uma oportunidade de pregarnos
um vivo sermão, incluindo grandes verdades que são tão sujeitas a
serem esquecidas por causa de nosso caráter espiritual, incluindo-as na
forma externa e símbolo sua própria montaria como rei escoltado por
hostes de seguidores. Nós viemos a isto como o assunto do nosso sermão.
Dependamos dele.

I. Uma das primeiras coisas que aprendemos é isto. Por este modo
através das ruas em pompa, Jesus Cristo foi aclamado como um rei.
Aquela reivindicação tinha sido em grande medida, até agora, conservada
na obscuridade, mas antes que Ele fosse para o seu Pai, quando a ira de
seus inimigos tivesse alcançado sua mais extrema fúria, e quando sua
própria hora de mais profunda humilhação tivesse chegado, ele fez uma
reivindicação aberta diante dos olhos de todos os homens para ser
chamado e reconhecido como um rei. Ele intima primeiro seus arautos.

Dois discípulos vêm. Ele envia sua ordem - "Ide a aldeia que está diante de
vós, e logo achareis presa uma jumenta e, com ela um jumentinho." Ele
reúne sua corte. Seus doze discípulos, aqueles que sempre
acompanhavam-no, estão a sua volta. Ele monta o jumento, que em
tempos antigos tinha sido domado pelos legisladores judaicos, os
governadores do povo. Ele começa a cavalgar através das ruas e as
multidões batem suas mãos. É reconhecido que não menos do que três mil
pessoas deveriam estar presentes naquela ocasião, alguns indo adiante,
alguns seguindo após ele, e outros parados ao lado para ver o espetáculo.

Ele cavalgava para sua capital; as ruas de Jerusalém, a cidade real, estão
abertas para Ele, como um rei, Ele sobe para seu palácio. Ele era um rei
espiritual, e portanto Ele não ia para o palácio temporal mas para o
palácio espiritual. Ele cavalga para o templo, e então tomando posse dele,
começa a ensinar nele como não tinha feito antes. Ele tinha estado
algumas vezes no pórtico de Salomão, mas ele estava mais freqüentemente
na encosta da montanha do que no templo; mas agora, como um rei, ele
toma posse de seu palácio, e ali, sentado em seu trono profético, ele ensina
o povo em sua corte real. Vós príncipes da terra, dêem ouvidos, há alguém
que clama ser enumerado convosco. É Jesus, o Filho de Davi, o Rei dos
Judeus. Dai lugar a Ele, vós imperadores, daí lugar a Ele! Dai lugar ao
homem que nasceu numa manjedoura! Dai lugar ao homem cujos
discípulos eram pescadores! Dai lugar a Ele cuja veste foi de um
camponês, sem costura, tecido de cima abaixo! Ele não usa nenhuma
coroa, exceto a coroa de espinhos, contudo ele é mais nobre do que vocês.

Sobre seus lombos ele não veste púrpura, entretanto ele é muito mais real
do que vocês. Sobre seus pés não havia nenhuma sandália prateada
adornada com pérolas, porém ele é mais glorioso do que vocês. Dai lugar a
Ele! Dai lugar a Ele! Hosana! Hosana! Deixem-no ser novamente
proclamado Rei! Rei! Rei! Deixem-no valorizar seu lugar sobre Seu trono,
alto acima dos reis da terra. Isto é o que Ele fez, proclamou-se Rei.
II. Além disto, Cristo por seu ato mostrou que tipo de Rei ele poderia
ter sido se tivesse se agradado, e que tipo de rei ele pode ser agora, se
ele desejar. Tinha sido este o desejo de nosso Senhor, aquelas multidões
que seguiram-no nas ruas realmente tinham-no coroado lá e então, e
dobrando os joelhos, eles tinham-no aceito como o ramo que brotou da
seca raiz de Jessé - a ele que tinha vindo - o governante, o Siló entre o
povo de Deus. Tivesse ele dito apenas uma palavra, e eles teriam
arremetido com ele sobre suas cabeças para o palácio de Pilatos, e
tomando-no de surpresa, com uns poucos soldados na terra, Pilatos
poderia logo ter sido feito prisioneiro, e ter sido provado por sua vida.

Diante do indomável valor e da tremenda fúria de um exército judeu, a
Palestina poderia ter sido rapidamente limpa de todas as legiões romanas,
e ter se tornado novamente uma terra real. Mais ainda, nós afirmamos,
com seu poder de operar milagres, com poder pelo qual os soldados
recuaram quando ele disse: "sou eu;" Ele podia ter limpado não somente
aquela terra, mas todas as outras, ele podia ter marchado de país em país,
e de reino em reino, até que toda cidade real e cada estado régio tivesse
cedido a sua supremacia. Ele poderia ter feito aqueles que vivem em ilhas
no mar curvarem-se diante dele, e aqueles que habitam o deserto
poderiam ter sido obrigados a lamber o pó. Não havia razão, Ó vós reis da
terra, para que Cristo não tivesse sido mais poderoso do que vocês. Se seu
reino fosse deste mundo, ele poderia ter fundado uma dinastia mais
duradoura do que as vossas, ele poderia ter reunido tropas diante das
quais vossas legiões se derreteriam como a neve diante do sol de verão, ele
poderia ter destruído a imagem de Roma, até, uma massa despedaçada,
como um vaso de cerâmica destruído por uma haste de ferro, ele poderia
ser feito em pedaços.

Ainda é assim, meu irmão. Se for a vontade de Deus, ele pode fazer seus
santos, cada um deles, príncipes, ele pode fazer sua Igreja rica e poderosa,
ele pode elevar sua religião se ele preferir, e fazê-la a mais magnificente e
suntuosa. Se esta for sua vontade, não há razão para que toda a glória que
nós lemos no Velho Testamento sob Salomão, não possa ser dada a Igreja
sob o grande Filho de Davi. Mas ele não veio para fazer isto, e por isso a
impertinência daqueles que pensam que Cristo deve ser adorado com uma
esplêndida arquitetura, com magníficas vestimentas, com orgulhosas
procissões, com a aliança do estados com igrejas, fazendo os bispos da
igreja magnificentes senhores e governadores, erguendo a própria igreja, e
tentando colocar sobre seus ombros aquelas roupas que nunca lhe
caberão, vestimentas que nunca foram destinadas a ela. Se Cristo se
preocupasse com esta glória do mundo, ela logo estaria a seus pés. Se ele
desejasse tomá-la, quem levantaria uma palavra contra sua reivindicação,
ou quem levantaria um dedo contra o seu poder! Mas ele não se preocupa
com isso. Levem suas quinquilharias para outro lugar, tirem suas
lantejoulas daqui, ele não as quer. Removam sua glória, e sua pompa, e
seu esplendor, ele não necessita de nada de suas mãos. Seu reino não é
deste mundo, de outro modo seus servos lutariam, e seus ministros
estariam vestidos com mantos de escarlate, e seus servos estariam
assentados entre os príncipes, Ele não se preocupa com isto. Povo de
Deus, não busque por isso. O que seu Mestre não teria, não procurem
para si próprios. Oh! Igreja de Cristo, o que teu marido desdenhou,
desdenhe você também. Ele poderia ter tido isso, mas ele não teve. E ele
leu para nós a lição, que se todas estas coisas podem ser da Igreja, foi bom
para ele ter passado por elas e dizer: "Elas não são para mim - Eu não
pretendo brilhar nestas plumas emprestadas."

III. Mas em terceiro lugar, e aqui jaz o cerne do assunto, você viu que
Cristo reivindicou ser um rei; você viu que tipo de rei ele poderia ter sido e
não foi, mas agora você verá que tipo de rei ele é, e que tipo de rei ele
reivindica ser. Qual era seu reino? Qual sua natureza? Qual era sua
autoridade real? Quais foram seus súditos? Quais suas leis? Qual seu
governo? Agora você perceberá imediatamente da passagem tomada como
um todo, que o reino de Cristo é um reino muito estranho, totalmente
diferente de qualquer coisa que jamais foi vista ou que ainda será vista.

Ele era um reino, em primeiro lugar, no qual os discípulos são os
cortesãos. Nosso bendito Senhor não tinha príncipes à espera, nem
porteiros de bastão negro, nenhuma guarda real que ocupasse o lugar
daqueles altos oficiais? Porque uns poucos pobres e humildes pescadores,
que eram seus discípulos. Aprenda , então, que se no reino de Cristo você
quer ser um nobre você deve ser um discípulo; sentar aos seus pés é a
honra que ele lhe dará. Ouvindo suas palavras, obedecendo seus
mandamentos, recebendo sua graça - esta é a verdadeira dignidade, esta é
a verdadeira magnificência. O mais pobre homem que ama a Cristo, ou a
mais humilde mulher que está desejando aceitá-lo como seu mestre,
torna-se imediatamente membro da nobreza que espera por Cristo Jesus.

Que reino é este que faz pescadores nobres, e camponeses príncipes
enquanto eles ainda continuam pescadores e camponeses! Este é o reino
do qual nós falamos, no qual o discipulado é o mais alto grau, no qual o
serviço divino é a mais alta patente.

Este era um reino, é estranho dizê-lo, no qual as leis do rei, não estão,
nenhuma delas, escritas em papel. As leis do rei não são proclamadas pela
boca do arauto, mas escritas no coração. Você não percebe que na
narrativa Cristo manda seus servos ir e pegar seu corcel real, tal qual ele
estava, e esta era a lei: "Soltai-o e deixai-o ir?" Mas onde estava escrita a
lei? Estava escrita no coração do homem a quem pertenciam a jumenta e o
jumentinho, pois ele imediatamente disse: "Deixai-os ir" cordialmente e
com grande alegria; ele pensou ser uma grande honra contribuir para a
cerimônia real deste grande Rei de paz. Assim, irmãos, no reino de Cristo
você não verá nenhum enorme livro de leis, nem juristas, nem
procuradores, nem advogados que necessitem esclarecer a lei. O livro da
lei está aqui no coração, o advogado está aqui na consciência, a lei está
escrita não mais em pergaminho, nem mais promulgada e escrita, como
foram os decretos de Roma, sobre aço e aflição, mas sobre as tábuas de
carne do coração. A vontade humana é persuadida à obediência, o coração
humano é moldado à imagem de Cristo, seu desejo se torna o desejo de
seus súditos, sua glória seu alvo principal, e sua lei o maior deleite de
suas almas. Estranho reino este, que não necessita de nenhuma lei, salvo
aquelas que são escritas sobre o coração de seus súditos.

Estranho ainda, como alguns pensarão dele, este era um reino no qual
riquezas incertas não partilham o que quer que seja de sua glória. Lá vai o
Rei, o mais pobre de toda a classe, por que aquele Rei não tinha onde
reclinar a cabeça. Lá vai o Rei, o mais pobre de todos, sobre o jumento de
outro homem que ele tinha emprestado. Lá vai o Rei, alguém que está para
morrer; desprovido de seu manto para morrer nu e exposto. E ele ainda é o
Rei do seu reino, o Principal, o Príncipe, o Líder, o Coroado de toda a
geração, simplesmente porque ele tinha o mínimo. Ele era quem tinha
dado mais aos outros e retido o mínimo para si mesmo. Ele que era o
menos egoísta e mais abnegado, ele que viveu o máximo para os outros,
era o Rei deste reino. E olhe para os cortesãos, olhe para os príncipes! Eles
eram todos pobres também; eles não tinham nenhuma bandeira para
colocar do lado de fora das janelas, então eles lançaram suas pobres
roupas sobre as sacadas ou as penduraram das janelas quando ele
passava. Eles não tinha púrpura brilhante para fazer um tapete para os
pés de seu jumento, então eles lançaram suas próprias roupas surradas
no caminho, eles espalharam ao longo do caminho ramos de palmeira que
eles podiam facilmente obter das árvores que guarneciam a estrada,
porque eles não tinham nenhum dinheiro com o qual custear a despesa de
um grande triunfo. A cada caminho este era um pobre fato. Nenhum brilho
de ouro, nenhuma bandeira ostentada, nenhum soprar de trombetas de
prata, nenhuma pompa, nenhuma circunstância! Era o triunfo da própria
pobreza. Pobreza entronizada sobre o animal próprio da pobreza
cavalgando através das ruas. Estranho reino este, irmãos! Eu creio que
nós o reconhecemos - um reino no qual aquele que é o principal entre nós,
não é aquele que é mais rico em ouro, mas aquele que é mais rico em fé;
um reino que não depende de nenhum rendimento exceto o rendimento da
divina graça, um reino que oferece a cada homem sentar-se sob sua
sombra com deleite, seja ele rico ou pobre.

Estranho reino este! Mas, irmãos, aqui está alguma coisa talvez ainda
mais excessivamente extraordinária, ele era um reino sem força armada.
Oh, príncipe, onde estão teus soldados? Este é teu exército? Este milhares
que te servem? Onde estão tuas espadas? Eles carregam galhos de
palmeira. Onde estão teus equipamentos? Eles estão quase se desnudando
para calçar teu caminho com suas roupas. Estas é tua hoste? Estes são
teus batalhões? Oh estranho reino, sem um exército! O mais estranho Rei,
que não usa nenhuma espada, mas cavalga adiante no meio deste povo
conquistando e para conquistar um estranho reino, no qual há a palma
sem a espada, a vitória sem a batalha. Sem sangue, sem lágrimas, sem
devastação, sem cidades queimadas, sem corpos mutilados! Rei de paz, Rei
de paz, este é teu domínio! Ainda é assim no reino sobre o qual Cristo é rei
hoje, não há força para ser usada. Se os reis da terra dissessem para os
ministros de Cristo: "Nós lhe emprestaremos nossos soldados," nossa
resposta deveria ser: "O que nós podemos fazer com eles? - como soldados
eles são inúteis para nós" Será um dia ruim para a igreja quando ela
emprestar o exército daqueles iníquos gentios, o imperador Constantino
também pensou que poderia fazê-la grande, Ela não nada além de
poluição, degradação e vergonha, e aquela igreja que pediu às tropas civis
para ajudá-la, aquela igreja que faria seu Sábados obrigatórios às pessoas
pela força da lei, aquela igreja que teria seus dogmas proclamados com o
ressoar dos tambores, e fez o punho ou a espada tornarem-se suas armas,
não conheceu de que espírito ela é. Estas são armas carnais. Elas são fora
de propósito em um reino espiritual. Seus exércitos são pensamentos
amorosos, suas tropas são palavras amáveis. O poder pelo qual ele
governa seu povo não é a mão forte e o braço estendido da polícia ou dos
soldados, mas pelas ações de amor e palavras de superabundante bênção
ele declara seu soberano poder.

Este era um estranho reino também, meus irmãos, porque ele não tinha
qualquer pompa. Se você reclamar sua pompa, que pompa singular ela
era! Quando nossos reis são proclamados, três estranhos indivíduos, como
nunca se vê em outras ocasiões, chamados arautos, vêm cavalgando à
frente para proclamar o rei. Estranhas são suas vestes, romântico seu
traje, e com som de trombetas o rei é magnificamente proclamado. Então
vem a coroação e como a nação se emociona de ponta a ponta com êxtase
quando o novo rei está para ser coroado! Que multidão enche as ruas.

Algumas vezes as fontes eram feitas para fluir vinho, e raramente havia
uma rua que não estava forrada com trapezistas por toda a parte. Mas
aqui vem o Rei dos reis, Príncipe dos reis da terra, nenhum cavalo colorido
empinado que mantivesse a distância os filhos da pobreza; ele esta
montado sobre um jumento, e enquanto cavalga adiante, fala gentilmente
às pequenas crianças que clamam: "Hosana," e quer bem às mães e pais
da mais baixa estirpe que se comprimem à sua volta. Ele é acessível; ele
não é separado deles; ele não reclama ser seu superior, mas servo deles
não menos grandioso que um rei, ele era servo de todos. Sem trombetas
soando - ele estava contente com a voz dos homens, nenhum adorno sobre
seu jumento, mas as vestimentas de seus próprios discípulos, nenhuma
pompa além da pompa que corações amorosos sinceramente rendidos a
ele. Assim ele cavalga; seu reino de submissão, o reino de humilhação.
Irmãos, nós podemos pertencer àquele reino também; nós podemos sentir
em nossos corações que Cristo vem a nós para subjugar toda altivez e todo
pensamento orgulhoso, que cada vale seja ser elevado, e cada monte seja
humilhado, e toda a terra exaltada naquele dia!

Ouça novamente, e este talvez seja um lado impressionante do reino de
Cristo - ele veio estabelecer um reino sem impostos. Onde estão os
cobradores de impostos do Rei? Você diz que ele não tinha qualquer
imposto; sim ele tinha, mas que imposto ele era! Cada homem, de bom
grado, despia-se de suas vestimentas; ele nunca pediu isto; seu
rendimento fluía livremente dos presentes dados de bom grado por seu
povo. O primeiro tinha emprestado e seu jumento e o jumentinho, os
outros tinham entregue suas roupas. Aqueles que tinham poucas roupas
para repartir, retiraram os galhos das árvores, e ali estava declarado de vez
que não custava qualquer coisa a nenhum homem, ou particularmente
que nada era exigido de qualquer homem, mas todas as coisas eram dadas
espontaneamente. Este é o reino de Cristo - um reino que não se mantém
do dízimo, contribuições à igreja ou impostos de Páscoa, mas um reino que
vive sobre a livre vontade de ofertar de um povo disposto, um reino que
não exige nada de qualquer homem, mas que vem a ele com uma força
mais poderosa eficácia do que exigência, dizendo a ele: "Tu não estás
debaixo da lei, mas sob a graça, sendo comprados por preço", dedique a si
mesmo e tudo o que você tem ao serviço do Rei dos reis! Irmãos, vocês me
acham um louco ou fanático em falar de um reino deste tipo? De fato,
seria fanatismo se nós disséssemos que qualquer simples homem pudesse
estabelecer tal domínio. Mas Cristo fez isto, e hoje há dezenas de milhares
de homens neste mundo que chamam-no Rei, e que sentem que ele é mais
Rei deles do que o governante de sua terra nativa; que eles dão a ele uma
mais sincera homenagem do que eles deram ao amado soberano, eles
sentem que seu poder sobre eles é tal que eles não desejam resistir - o
poder do amor, que seus presentes a ele são tão pequenos, por isso eles
desejam dar a si mesmos de agora em diante, Isto é tudo o que eles podem
fazer. Maravilhoso e inigualável reino! Tal qual nunca se encontrará sobre
a terra.

Antes de deixar este ponto, eu gostaria de observar que este era um reino
no qual todas as criaturas foram consideradas. Porque Cristo tinha dois
animais? Havia um jumento e um jumentinho, cria de jumento; ele
montou o filhote de jumento porque ele nunca tinha sido montado antes.

Eu já observei diversos comentaristas para ver o que eles dizem acerca
disso, e um antigo comentarista me fez rir - Eu creio que ele não fará você
rir também - dizendo que Cristo ordenando a seus discípulos para
trazerem o filhote e também a mãe nos ensinaria que os infantes devem
ser batizados tanto quanto seus pais, o que me parece ser um argumento
eminentemente digno do batismo infantil. Pensando no assunto acima,
contudo, eu considero que há uma melhor razão a ser dada, - Cristo não
teria qualquer dor em seu reino, ele não teria nem mesmo um jumento
sofrendo por ele, e se o filhote fosse tirado de sua mãe, lá estaria a pobre
mãe no estábulo em casa, pensando em seu filhote, e lá estaria o filhote
desejando voltar, como aquelas vacas que os filisteus usaram quando eles
devolveram a arca, e que foram mugindo enquanto seguiam seu caminho,
porque seus bezerros estavam em casa. Impressionante reino de Cristo no
qual o animal natural possuirá sua parte!. "Porque a criatura foi sujeita a
vaidade de nosso pecado." Ele era um animal que sofria por causa do
nosso pecado, e Cristo pretende que seu reino traga de volta os animais à
sua primitiva felicidade. . Ele nos faria homens misericordiosos,
considerando até mesmo os animais. Eu creio que quando seu reino vier
totalmente, a natureza animal será reconduzida à sua felicidade original.

"Então o leão comerá feno como o boi, a criança de peito brincará na toca
da áspide, e a criança desmamada colocará sua mão no esconderijo do
basilisco." A velha tranqüilidade do Éden, e a familiaridade entre o homem
e as criaturas e as criaturas inferiores, retornará novamente. E mesmo
agora, sempre que o Evangelho é totalmente conhecido no coração do
humano, o homem começa a reconhecer que ele não tem direito deliberado
para matar um pardal ou um verme, porque ele está no domínio de Cristo,
e aquele que não montou o jumentinho sem ter a mãe dele ao seu lado,
para que isso pudesse ser em paz e alegria, não teria qualquer de seus
discípulos pensando negligentemente da mais inferior criatura feita pela
sua mão. Bendito reino este que considerou até mesmo o desprezado!
Deus cuida dos bois? Oh, que ele cuide; e que o próprio jumento, aquele
herdeiro do trabalho, seja cuidado. O reino de Cristo, então, cuidará de
animais tanto quanto de homens.

Mais uma vez: Cristo montando através das ruas de Jerusalém, ensinou
publicamente que seu reino era um reino de alegria. Irmãos, quando
grandes conquistadores cavalgam através das ruas, você freqüentemente
ouve da alegria do povo; como as mulheres atiram rosas no caminho, como
eles se amontoam em volta do herói do dia, e balançam seus lenços para
mostrar sua apreciação pela libertação que ele operou. A cidade foi
longamente sitiada, o campeão desarraigou os sitiadores, e o povo terá
descanso agora. Desocupando totalmente os portões, limpam as estradas e
deixam o herói vir, permitem ao mais inferior pajem que está entre seus
seguidores seja honrado neste dia por causa da libertação. Ah! Irmãos,
quantas lágrimas, contudo, são aquelas ocultadas nestes triunfos! Há uma
mulher que ouve o som dos sinos da vitória, e diz: "Ah! Vitória sem dúvida,
mas eu estou de luto, e meus pequeninos estão órfãos" E dos balcões de
onde a beleza olha para baixo e sorri, há talvez uma desconsideração
naquele momento por amigos e parentes sobre os quais eles em breve eles
terão de chorar, porque cada batalha é com sangue, e cada conquista é
com tristeza, e cada grito de vitória tem seu luto, seu lamento, e ranger de
dentes. Cada som de trombetas por causa da vitória conseguida, cobre o
choro, os lamentos, e a profunda agonia daqueles que têm perdido seus
parentes! Mas em teu triunfo, Jesus, não houve lágrimas! Quando as
crianças clamavam: "Hosana," elas não tinham perdido seus pais na
batalha. Quando homens e mulheres gritavam: "Bendito o que vem em
nome do Senhor," eles não tinha nenhum motivo para chorar com a
respiração presa, ou para estragar sua alegria com a lembrança da
miséria. Não, em seu reino há alegria pura e sem mistura. Gritem, gritem,
vocês que são súditos do Rei Jesus! Vocês têm aflições, mas não dele,
problemas podem vir porque vocês estão no mundo, mas elas não vem
dele. Seu serviço é perfeita liberdade. Seus caminhos são caminhos de
conforto, e suas veredas são paz.

"Alegre-se o mundo, o Salvador vem,
O Salvador há muito prometido;
Prepare cada coração uma canção
E cada voz uma melodia"

Ele vem lançar fora suas lágrima e não fazê-las fluir, ele vem tirar você do
seu lamaçal e colocá-lo sobre seu trono, para tirá-lo das suas masmorras e
fazê-lo saltar em liberdade.

"Bênçãos abundam onde ele reina,
O prisioneiro salta por quebrar suas cadeias;
O cansado encontra eternal descanso,
E todas as eras de necessidade são abençoadas."

Singular reino este!

IV. E agora eu venho para o meu quarto e último tópico. O Salvador, em
sua entrada triunfal na capital de seus pais, declarou-nos muito
claramente os efeitos práticos do reino. Ora, quais são eles? Um dos
primeiros efeitos foi que toda a cidade se comoveu. O que isto significa?

Isto significa que cada pessoa tinha alguma coisa a dizer sobre ele, e que
cada pessoa sentiu alguma coisa porque Cristo montou através da rua.

Havia alguns que inclinavam-se do topo de suas casas, olhavam a rua e
diziam um ao outro - "Aha! Você já viu brincadeira mais tola do que esta?
Humpf! Lá está Jesus de Nazaré, lá em baixo montando um jumento!
Certamente se ele pretendia ser rei podia ter escolhido um cavalo. Olhe pra
ele! Eles chamam isto pompa! Lá está um velho pescador atirando somente
sua mal-cheirosa roupa; Eu diria que ele estava pescando nelas há uma
ou duas horas atrás?" "Olhe," alguém diz, "veja aquele velho mendigo
jogando seu gorro pro ar por alegria!" "Aha!" dizem eles, "Há coisa mais
ridícula do que esta?" Eu não posso colocar isto nos termos que eles o
teriam descrito; se eu pudesse, eu acho penso que o faria. Eu gostaria de
fazer você ver quÃo ridículo isto deve ter parecido ao povo. Por que se o
próprio Pilatos tivesse ouvido sobre ele teria dito - "Ah! Não há muito o que
temer disto. Não há temor que aquele homem derrube César; Não há temor
que ele em algum tempo destrua um exército. Onde estão suas espadas?

Não há nenhuma espada entre eles! Eles não têm nenhum clamor que soe
como rebelião; seus sons são somente alguns versos religiosos tirados dos
Salmos." "Oh!" diz ele, "Tudo isto é desprezível e ridículo." E esta era a
opinião de um grande número em Jerusalém. Talvez esta seja sua opinião,
meu amigo. O reino de Cristo, você diz, é ridículo; você talvez não acredite
que há alguma pessoa que é governada por ele embora nós digamos que
nós o temos como nosso Rei, e que sentimos que a lei do amor é uma lei
que nos constrange a doce obediência. "Oh,"você diz, "isto é fingimento e
hipocrisia." E há alguns que estão presentes onde eles têm incensórios
dourados, e altares, e sacerdotes e eles dizem: "Oh! Uma religião que é tão
simples - cantando uns poucos hinos, e oferecendo improvisada oração! -

Ah! Dê-me um bispo com uma mitra - um ótimo indivíduo envolvido em
tecido - que isto é coisa para mim." "Oh!," diz outro, "deixe-me ouvir o
ressoar dos órgãos; deixe-me ver as coisas feitas sistematicamente, deixeme
ver alguns ornamentos também; deixe o homem surgir coberto em
roupas apropriadas para mostrar que ele é um tanto diferente das outras
pessoas; não o deixem ficar vestido como se ele fosse um homem comum;
deixe-me ver alguma coisa no culto diferente de todas as coisas que eu já
vi antes." Eles o querem vestido com alguma pompa, e porque não é assim
eles dizem - "Ah! Humpf!" Eles o ridicularizam, e isto é tudo que Cristo tem
da multidão de homens que se acham excessivamente sábios. Ele é para
eles loucura e eles passam por ele com desprezo. Seus escárnios serão em
breve trocados por lágrimas senhores! Quando ele vier com real pompa e
esplendor vocês irão chorar e lamentar, porque vocês negaram o Rei da
Paz.

"O Senhor virá! De uma terrível forma,
Com coroa de arco-íris e manto de tempestade,
Com voz de querubim e asas de vento,
O Julgamento marcado de toda humanidade."

Então você achará perturbador tê-lo tratado com desprezo. Sem dúvida,
havia outros em Jerusalém, que estavam cheios de curiosidade. Eles
diziam - "Meu Deus, o que pode ser isto? O que isto significa? O que é
isto?" "Eu gostaria que você viesse," eles diziam aos seus vizinhos, "e nos
contassem a história deste homem singular, nós gostaríamos de saber
sobre ele." Alguns deles diziam: "Ele foi para o templo, eu diria que ele fará
um milagre;" Assim afastados eles correram, e se apertaram, e se
espremeram, e se amontoaram para ver uma maravilha. Eles eram como
Herodes, eles desejavam ver algum milagre operado por ele. Este foi
também o primeiro dia da chegada de Cristo, e, é claro o entusiasmo podia
durar uns nove dias se ele prosseguisse, assim eles estavam muito
curiosos sobre isso. E isso é tudo o que Cristo tem de milhares de pessoas.

Eles ouvem sobre um reavivamento da religião. Bem, eles gostariam o que
é isso e ouvir sobre isso. Há alguma coisa acontecendo em tal e tal local de
culto; bem, eles gostariam de ir mesmo que fosse somente para ver o lugar.

"Há um estranho ministro dizendo coisas esquisitas, vamos ouvi-lo. Nós
tínhamos intenção de sair" - vocês sabem que eu tenho em vista vocês
mesmos - "nós tínhamos a intenção de ir a uma excursão hoje," você diz,
"mas, ao invés disto, vamos lá." Apenas isto, curiosidade, curiosidade; isto
é tudo tem hoje, e ele que morreu sobre a cruz tornou-se um tema para
uma história sem propósito, e ele que é Senhor de anjos e adorado por
homens, é discutido como se fosse um Bruxo do Norte ou algum excêntrico
impostor! Ah! Daqui a pouco, você achará perturbador tê-lo tratado assim;
porque quando ele vier, e quando todo olhos vê-lo, você que simplesmente
inquiriu curiosamente por ele descobrirá que ele perguntará por você, não
com animosidade mas com ódio, e dirá - "Apartai-vos, vós malditos, para o
fogo eterno." Mas anônimos na multidão houve alguns que foram ainda
piores, porque eles observavam a coisa toda com inveja. "Ah!" disse o Rabi
Simeon para o Rabi Hillel, "o povo nunca esteve tão satisfeito conosco. Nós
conhecemos muito mais do que aquele impostor; nós lemos do começo ao
fim todos os nossos livros religiosos." "Você não se lembra dele," disse
alguém, "que quando ele era um menino era especialmente precoce? Você
se lembra quando ele veio ao templo e conversou conosco, e desde então
ele enganava o povo," Pensando em que ele brilhava mais do que eles, que
ele era mais estimado no coração das multidões do que eles eram, embora
eles fossem altamente orgulhosos. "Oh!" disse o fariseu, "ele não usa
nenhum filactério, e eu fiz os meus bem grandes; eu fiz minhas
vestimentas até quase as extremidades, para que elas possam ser
superiores." "Ah!" diz outro, "Eu dizimo minha menta, meu anis, meu
cominho, e fico no canto da rua e toco trombeta quando dou um centavo,
mas, ainda assim, o povo não me coloca sobre um jumento; eles não
batem palmas e dizem: 'Hosana' para mim, mas toda a terra vai atrás
deste homem como um bando de crianças. Além disso, pense neles indo ao
templo perturbando seus superiores, perturbando a nós que estamos
fazendo uma exibição de nossas pretensas orações em pé no pátio!" E isto
é o que Cristo tem de um grande número. Eles não gostam de ver a causa
de Cristo progredir. Pelo contrário, eles necessitariam que Cristo fosse
rebaixado para que eles pudessem engordar a si mesmos com o roubo, eles
precisariam que sua igreja fosse desprezível. Eles gostam de ouvir da
queda de pastores cristãos. Se eles podem achar falhas em um cristão,
"noticiem isto, noticiem isto, noticiem isto," dizem eles. Mas se um homem
anda honestamente, se ele glorifica a Cristo, se a Igreja cresce, se almas
são salvas, imediatamente há barulho e toda a cidade se movimenta, todo
barulho começa e é conduzido por falsidade, fazendo acusações, e calúnias
contra o caráter do povo de Cristo. De um modo ou de outro, homens por
certo são movidos, se eles não são movidos ao escárnio, se eles não são
movidos ao questionamento, eles são movidos a inveja. Mas benditos são
aqueles alguns em Jerusalém que foram movidos ao regozijo. Oh! Havia
muitos que, como Simeão e Ana regozijaram por ver aquele dia, e muitos
deles foram para casa e disseram: "Senhor, agora podes despedir em paz o
teu servo, porque meus olhos viram a tua salvação." Havia uma mulher,
há muito acamada, na rua de trás de Jerusalém, que sentou-se me sua
cama e disse: "Hosana," e desejou descer para a rua, para que pudesse
atirar seu velho manto no caminho, e pudesse saudar aquele que era o Rei
dos Judeus. Havia muitos olhos lacrimejantes que lançaram fora suas
lágrimas naquele dia, e muitos crentes enlutados que começaram naquela
hora a regozijar com indescritível alegria. E assim há alguns de vocês que
ouvem de Cristo o Rei com alegria. Você se unem ao hino, não como nós
temos todos juntados nossas vozes, mas com o coração.

"Regozijem-se o Salvador reina,
O Deus de paz e amor
Quando ele limpou nossas manchas.
Tomou seu assento nas alturas
Regozijem-se, regozijem-se!
Regozijem-se em alta voz, vós santos, regozijem-se"

Este é, então, o primeiro efeito do reino de Cristo! Sempre que ele vem, a
cidade é movimentada. Não acredite que o Evangelho é pregado de
maneira nenhuma se não faz barulho. Não acredite, meu irmão, que o
evangelho é pregado no modo de Cristo se ele não deixa alguns irritados e
alguns felizes, se ele não faz muitos inimigos e alguns amigos.

Há ainda outro efeito prático do reino de Cristo. Ele subiu ao templo e lá
em uma mesa, um monte homens com cestas contendo pares de pombas.
"Pombas , senhor, pombas!" Ele olhou para eles e disse: "Tirem essas
coisas daí." Ele falou com grande furor. Havia outros trocando dinheiro
para que o povo entrasse para pagar seu meio siclo, Ele derrubou as
mesas e colocou-os para correr, e logo esvaziou todo o pátio de todos
aqueles mercadores tiravam lucro da religiosidade, e fazendo da religião
um pretexto para sua própria compensação. Agora isto é o que Cristo faz
sempre que ele vem. Eu desejaria que ele viesse um pouco mais na Igreja
da Inglaterra, e a purgasse da venda de nomeações, a livra-se daquela
maldita simonia que ainda é tolerada pela lei e a limpasse dos homens que
são oportunistas, que tomam aquilo que pertence aos ministros de Cristo,
e aplicam para seu próprio uso. Eu gostaria que ele estivesse envolvido em
todos os nossos lugares de adoração, para que de uma vez por todas
pudesse ser visto que aqueles que servem a Deus, o servem porque o
amam, e não pelo que podem obter com isso. Eu gostaria que cada
professor de religião tivesse completamente claro em sua própria
consciência que ele nunca fez uma profissão para gerar respeitabilidade ou
estima, mas que somente fez isso naquela que ele pode honrar a Cristo e
glorificar seu Mestre. O significado espiritual disso tudo é este - Nós não
temos nenhuma casa de Deus hoje; tijolos e argamassa não são santos, os
lugares onde nós cultuamos a Deus são lugares de adoração, mas eles não
são casas de Deus, não mais do que nós que estamos neles. Nós não
cremos na superstição que faz qualquer lugar santo, mas nós somos o
templo de Deus. Os próprios homens são templos de Deus, e onde Cristo
vem ele expulsa os compradores e negociantes, ele elimina todo o egoísmo.

Eu nunca acreditarei que Cristo, o Rei fez de seu coração o palácio dele até
que você não seja mais egoísta. Oh, quantos professores há que querem
obter tanta honra, tanto respeito! Quanto a dar ao pobre, pensando que é
mais abençoado dar do que receber, quanto alimentar o faminto e vestir o
desnudo, como vivendo para os outros e não para si mesmos - eles não
pensam nisto. Ó Mestre, venha ao teu templo e expele nosso egoísmo,
agora vem, tira todas aquelas coisas que fazem-no conveniente para servir
Mamom para que sirva a Deus; ajuda-nos a viver para ti, e viver para os
outros pelo viver contigo, e não viver para nós mesmos!

O último efeito prático do reino de nosso Senhor Jesus Cristo foi que ele
organiza uma grande festa; ele teve, se eu posso falar assim, um dia de
recepção na sala real, e quem foi o povo que veio para atendê-lo? Ora, vós
cortesãos, os discípulos, nobreza alta e baixa que vêm esperar por ele.

Aqui vem um homem, ele tem uma bandagem aqui, e o outro olho tem
quase falhando - faça-o entrar, aqui vem outro, seus pés estão totalmente
virados e contorcidos - faça-o entrar, aqui vem outro avançando sobre
duas muletas, ambas as pernas são defeituosas, e outro perdeu as suas
pernas. Aqui eles vêem e aqui está a recepção. O próprio Rei vem aqui e
prepara um grande encontro, e o cego e o coxo são seus convidados, e
agora ele vem, ele toca aquele olho cego e a luz brilha nele; ele fala a este
homem com um perna seca, ele anda; ele toca dois olhos de uma vez, e
ambos vêem,e ao outro diz: "Eu lançarei fora suas muletas, ponha-se ereto
e regozije e salte com alegria." Isto é o que o Rei faz todas as vezes que ele
vem. Venha aqui esta manhã, eu te suplico, tu grande Rei! Há olhos cegos
aqui que não podem ver tua beleza. Anda, Jesus, anda no meio desta
multidão e toca os olhos. Ah! Então irmãos, se ele fizer isto, você dirá: "Há
uma beleza nele que eu nunca vi antes."Jesus, toca seus olhos, eles não
podem lançar fora sua própria cegueira, tu podes fazê-lo! Ajude-os a olhar
para ti pendurado sobre a cruz! Eles não podem fazê-lo a menos que tu os
habilite. Possam eles fazer isto agora, e encontra vida em ti! Ó Jesus, há
alguns aqui que estão coxos - joelhos que não se dobram, eles nunca
oraram; Há alguns aqui cujos pés não correrão no caminho dos teus
mandamentos - pés que não os levarão onde teu nome é louvado, e onde
tu és tido em honra. Anda, grande Rei, anda em solene pompa através
desta casa, e faze-a como o antigo templo! Mostra aqui o teu poder e
prepara teu grande encontro na recuperação do coxo e curando o cego
"Oh!" disse alguém, "Eu desejaria que ele abrisse meus olhos cegos." Alma,
ele fará isso, sussurre sua oração agora, e isto será feito, porque ele está
junto de ti agora. Ele está em pé ao teu lado, ele fala a ti e diz - "Olhe pra
mim e seja salvo, tu o mais vil de todos." Há outro, e ele diz - "Senhor, eu
quero ser íntegro." Ele diz - "Seja íntegro então." Creia nele e ele te salvará.

Ele está próximo a você irmão. Ele não está no púlpito mais do que está no
banco, nem em um banco mais do que em outro. Não diga - "Quem irá ao
céu para encontrá-lo, ou às profundezas para trazê-lo?" Ele está perto de
você; ele ouvirá sua oração mesmo que você não fale; ele ouvirá seu
coração falar. Oh! Diga a ele - "Jesus, cura-me," e ele fará isto; ele fará isto
agora. Deixe-nos sussurrar um oração, e então nós nos separaremos.

Jesus, cura-nos! Salva-nos Filho de Davi, salva-nos! Tu vês quão cegos
nós somos - Oh! Dá-nos a visão da fé! Tu vês o quão coxo nós somos - Oh!
Dá-nos a força da graça! E agora, agora mesmo, tu Filho de Davi, arranca
nosso egoísmo, e vem e vive e reina em nós como em teu templo-palácio!
Nós pedimos isto, Ó tu grande Rei, por tua própria causa. Amém. E antes
de deixarmos este lugar, clamemos novamente: "Hosana, hosana, hosana.
Bendito o que vem em nome do Senhor."

Traduzido pelo: Rev. Marco Antonio Rodrigues

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